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Por: Lucas Igaz e Fábio Nishiwaki

A Cultura Antifrágil e o Gerenciamento de Projetos

Atualizado: 7 de mai. de 2020


É possível observar, com pouca análise profunda, as oscilações do mercado e a dificuldade das empresas de sair dos antigos modelos de robustez para se adaptar a essa volatilidade inconstante do mercado.


A partir das definições de duas características, temos o termo “robusto” descrito como algo que possui natureza firme e dura e o termo “frágil” como algo que se quebra facilmente e possui natureza fraca. Logo, fazendo um paralelo ao mundo corporativo, encontramos cenários de empresas que não acompanharam as mudanças propostas pela linha natural do mercado e, com grandes fábricas no passado, hoje fecham suas portas; e temos estatísticas comprovando que a cada dez empresas, seis fecham antes de completar 5 anos, caracterizando-as como empresas frágeis, que quebram facilmente devido a diversos fatores, a citar a cultura organizacional.

Correlacionando esses pontos, Nassim Taleb, autor, estatístico, e analista de riscos líbano- americano, intitulou seu livro como “Antifrágil”. Dessa forma, fazendo uma análise e criando o conceito de antifragilidade para o mundo dos negócios a partir de coisas que se beneficiam com o caos.

Mas o que vem a ser antifrágil? Antifrágil, do inglês antifragile, é aquilo que melhora quanto mais instável e caótico é o ambiente. Pode-se usar como exemplo o sistema de aprendizado desenvolvido após algum acidente aéreo. Toda a aviação fica mais segura após todo acidente, pois a análise é extremamente profunda e precisa sobre o que levou determinado avião a cair e causar um desastre. Esse método de análise parte de um pensamento antifrágil, pois gera base de dados e, consequentemente, de aprendizado para que tal falha não volte a ocorrer no futuro. Volatilidade, caos, assimetria e outros fatores criam “feridas” em ambientes frágeis, porém são insumos que geram capacidade de melhoria nos sistemas antifrágeis, organismos com facilidade de adaptação em diferentes situações e ambientes.

Pensando então em adaptabilidade e vinculando isso ao gerenciamento de projetos nas empresas, é preciso dar ao ambiente de projetos permissão para o desenvolvimento do antifrágil. De forma análoga, façamos a seguinte comparação: Uma mãe superprotetora que não possibilita ao filho ou filha qualquer liberdade de movimento para aprender com seus erros e suas tentativas ao sucesso cria uma criança com características frágeis, sem aprendizados e sem possibilidade de adaptação. O mesmo ocorre no gerenciamento de projetos: Quando equipes não têm permissão para extrapolarem seus limites criativos, buscarem novas soluções e aprenderem com os próprios erros, estas não conseguirão desenvolver sua capacidade antifrágil de lidar com excelência em ambientes caóticos. É preciso criar uma cultura na qual as pessoas desenvolvam opções de planejamento, de modo a não resultar em situações de encruzilhada. É preciso instigar a proatividade somada com a paranoia, estando o tempo todo regulando e controlando o que é possível de ser regulado e controlado, e não controlar o que não é possível, visto que o antifrágil se beneficia com o caos. Somado a isso, é preciso ser flexível, todo sistema muito rígido tende a quebrar com mais facilidade. Quanto maior for o processo de resultados e retribuição, maior o interesse das partes, portanto, vale desenvolver um sistema de colaboração e envolvimento nos projetos. Ou seja, é preciso ter “pele no jogo”. E, por fim, buscar energia em tudo que der errado.


O registro das lições aprendidas torna o crescimento da equipe exponencial e aumenta a qualidade de todas as partes envolvidas. Não adianta apenas ser robusto. Com a volatilidade contemporânea, uma das melhores características para se manter no jogo é ser adaptável. É importante trabalhar avidamente para que a performance dos gerentes de projetos tenda sempre aos modelos antifrágeis.


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